Figuras de Linguagem - Dando uma força à expressão

As Figuras de Linguagem são muitíssimo utilizadas na Literatura. Você já percebeu isso, certo? Elas são formas de expressar o pensamento ou o sentimento de modo vivo, enérgico, vibrante, capaz de impressionar o ouvinte ou leitor e escapar ao uso corriqueiro que se faz das palavras e da língua.

Podem ser classificadas em três tipos:
Figuras de palavras ou tropos
Figuras de construção
Figuras de pensamento

(Da Página 3 Pedagogia& Comunicação)


Aspectos semânticos

Comparação
Quando tem expresso o termo comparativo. Geralmente aparece a conjunção “como”.
“Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...” (M. Bandeira)
Metáfora
Comparação mental ou abreviada, prevalecendo a relação de semelhança.
Não aparece a conjunção “como”
“Meu coração é um balde despejado.” (Fernando Pessoa)
Catacrese
É uma metáfora que caiu no uso popular, corriqueira, muito comum.
O poema está no pé da página.
As pernas da mesa estão bambas.
Personificação ou prosopopéia
Atribuição de ações, qualidades ou sentimentos a seres inanimados.
“O tempo passou na janela e só Carolina não viu.” (Chico Buarque)
Hipérbole
Afirmação exagerada. (Falei trezentas vezes para você!)
“Meus olhos são pequenos para ver o mundo que me esvai em sujo e sangue outro mundo que brota...” (Carlos Drummond de Andrade)
Sinestesia
Interpretação de planos sensoriais, Mistura de sensações de sentidos diferentes. Como na metáfora, relaciona elementos de universos diferentes. (Senti um cheiro doce no ar.)
“Indefiníveis músicas supremas
Harmonias da Cor e do Perfume...
Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
Réquiem do Sol que a Dor da luz resume...” (Cruz e Sousa)
Metonímia
Relação de proximidade entre os elementos escolhidos, os quais apresentam certa interdependência.
Comer o pão (por alimento) que o diabo amassou (por sofrimento).
Efeito pela causa: Sócrates tomou a morte. (por veneno)
Autor pela obra: Lemos Machado com interesse.
Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice da salvação.
Parte pelo todo: A choupana não suportou quatro invernos.
Singular pelo plural: O homem, que é mortal, imortaliza-se por meio de suas conquistas.
Gradação
Seqüência de palavras, cujo sentido vai se intensificando ou atenuando gradativamente.
“- Já se supunha um príncipe, um gênio, um deus, mas que caiu das alturas, rodopiou no ar e estatelou-se no abismo.” (M. de Assis)
Antítese
Contraposição de uma palavra ou frase a outra de sentido oposto.
“Eu que só cego – mas peço luzes...
Que sou pequeno, - ma só fito os Andes...” (Castro Alves)
Eufemismo
Substituição de uma palavra ou expressão desagradável ou áspera por outra mais amena.
Você faltou com a verdade a um homem.
Ironia
Sugerir pela entonação e pelo contexto algo contrário ao que pensamos, geralmente com intenção sarcástica.
“A excelente D. Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.” (Monteiro Lobato)
Perífrase/antonomásia
Expressão que designa os seres por um de seus atributos.
O rei dos animais rugia alto diante da ameaça.


Aspectos fonéticos

Aliteração
Repetição dos mesmos fonemas consonantais.
“Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando.” (Guimarães Rosa)
Assonância
Repetição dos mesmos fonemas vocálicos.
“Ó formas alvas, brancas, formas claras.”
(Cruz e Sousa)
Paronomásia (trocadilho)
Vocábulos foneticamente parecidos, resultando em um trocadilho ou jogo de palavras.
“Levou seu retrato
Seu trapo, seu prato...” (Chico Buarque)
Onomatopéia
Palavras cuja sonoridade imita a voz ou o ruído de seres ou coisas.
“O silêncio fresco despenca das árvores.
Veio de longe, das planícies altas,
Dos cerrados onde o guaxe passe rápido...
Vvvvvvv... passou.”(Mário de Andrade)
Aspectos sintáticos
Elipse
Omissão de um termo facilmente subentendido. Dito ou não anteriormente.
“No mar, tanta tormenta e tanto dano.” (Camões)
Elipse do verbo haver (no mar há tanta ...)
“Foi saqueada a vila, e assassinados os partidários dos Filipes.” (Camilo Castelo Branco)
Elipse do verbo:” e foram assassinados...”
Pleonasmo
Reforço estilístico da expressão. Consiste na repetição de uma idéia anteriormente
sugerida ou na repetição de um termo já expresso.
“Ele admirava menos a tela que a pintora, ela menos o espetáculo que o admirador, e
eu via-os com estes olhos que a terra há de comer.” (Machado de Assis)
Silepse
Concordância com um termo subentendido que temos em mente.
Silepse de gênero: A grande e concorrida São Paulo.
Silepse de número: A multidão assistia satisfeita, aplaudiam e acreditavam.
Silepse de pessoa: Você e os que pensam assim, não teremos muitas surpresas.
Inversão/hipérbato
Inversão da ordem natural das palavras na frase ou de oração no período
“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante”
Polissíndeto
Repetição intencional de conjunções.
“trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua”
(Olavo Bilac)
Assíndeto
Omissão intencional da conjunção.
“Fere, mata, derriba denodado...”
(Camões)
Anáfora
repetição da mesma palavra no começo de cada um dos membros da frase.
“Eu quase não saio
Eu quase não tenho amigo
Eu quase não consigo
Ficar na cidade sem viver contrariado.”
(Gilberto Gil)
Anacoluto
Mudança de construção sintática, no meio do enunciado, geralmente depois de uma
pausa.
“Essas empregadas de hoje, não se pode
confiar nelas” (Alcântara Machado)

4 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns Prof.ª Lucilene
sou professora de redação para ensino fundamental e tenho muitas dificuldades aqui nesse espaço eu encontrei o que precisava.
Muito obrigada e que Deus continue te abençoando e dando sabedoria.
Abraço

Anônimo disse...

Excelente texto! Foi muito importantante, pois me ajudou muito a entender um trabalho.

Sehr Abgestumpft disse...

Valeu, muito obrigado!

Anônimo disse...

Me ajudou mt eu estava com dificuldade absurda !!!